A bioeconomia abrange um conceito bem amplo de atividades extrativistas, animais e de biotecnologia, representando quase 20% do PIB brasileiro segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (1) mas também podemos falar de inovação e desenvolvimento a partir do uso de recursos biológicos e renováveis para a produção de bens conforme estudo publicado pela Fundação Certi (2).
Em paralelo ás definições de bioeconomia,, muito alinhadas a ciência, gostaria de agregar outro conceito que poderá modelar novas perspectivas: o conceito da sociobiodiversidade. Tomando como base a missão definida pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (IEPÉ) (3) “trabalhar as cadeias produtivas nos territórios indígenas em que atua, incluindo parcerias de geração de renda, produção, gestão, valorização e comercialização de produtos”.
Pode-se assim entender a sociobiodiversidade como a conexão entre as atividades sustentáveis e a diversidade biológica partir da realidade socioeconômica.
Como podemos juntar estas ideias ?
Pude observar durante mentoria e apresentações no programa Jornada Amazônica (4) que fazer as articulações necessárias para desenvolver o capital humano junto as identidades locais das comunidades demanda uma nova percepção de modelo de negócio.
Como buscar a inovação ?
Os programas de incubadoras e aceleradoras de startups, tanto os de capital privado quanto os desenvolvidos por universidades federais, em especial na região amazônica, tem permitido um grau de avanço no desenvolvimento de negócios que vão desde empreendimentos comerciais até o uso de biotecnologia e de produtos e plataformas de investimento, mas, ainda carecem de mais apoio. Ou seja, pesquisa em biotecnologia, negócios e investimento que precisam trabalhar juntos mas também gerando impacto.
É obvio que nada disso é tão simples e muitos negócios não conseguem obter a sustentabilidade financeira ou não conseguem transformar o impacto desejado em valor. Neste sentido, não é possível pensar no desenvolvimento de cadeias logísticas mais avançadas sem resolver os problemas da base da cadeia.
As mudanças, deste modo, são construídas junto às bases e é esta mentalidade que deveria nortear as oportunidades, as avaliações de riscos e superação de gargalos.
Em suma, é necessário construir um modelo de negócio que gere produtos com pessoas trocando idéias entre si, reeducando, encontrando soluções e inovações e, por fim, incluindo a biodivesidade como um stakeholder.
- PIB DA BIOECONOMIA. Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia, Fundação Getúlio Vargas – FGV-EESP, São Paulo, SP, Brasil. https://eesp.fgv.br/centros/observatorios/bioeconomia.
- Estado do Financiamento para a Bioeconomia no Brasil-Estado Atual e Desafios – Biofin, Certi, PNUD e Ministério da Economia – 2021). https://info.certi.org.br/lp-financiamento-bioeconomia,
- https://institutoiepe.org.br/
- https://jornadaamazonia.org.br/